A Literacia em saúde é hoje em dia reconhecida como determinante de saúde e define-se como um conjunto de competências cognitivas e sociais e a capacidade da pessoa para aceder, compreender, avaliar e utilizar informação em saúde.
Cristina Vaz de Almeida é Presidente e fundadora da Sociedade Portuguesa de Literacia em Saúde (SPLS), Coordenadora e autora do primeiro manual de Literacia em Saúde na Pratica (Pactor) e Diretora da Pós-Graduação em Literacia em Saúde na Prática (ISPA). O seu percurso académico fez-se nas grandes áreas da comunicação e literacia em saúde e hoje em dia é Preletora e Keynote speaker em centenas de eventos em Saúde (Literacia em saúde, marketing social, comunicação em saúde, mudança de comportamentos) assim como, docente e formadora de inúmeros cursos em instituições académicas e organizações de saúde (centros hospitalares, ARS, etc).
1. A OMS afirma que a Literacia em Saúde salva vidas. Qual é a importância
deste constructo para a sociedade?
Sim. A LITERACIA EM SAUDE SALVA VIDAS. Não há dúvida sobre isso. Quando as pessoas conseguem tomar decisões acertadas sobre a sua saúde e compreendem e usam corretamente os recursos de saúde têm melhor saúde, melhor autorregulação, conseguem salvar da doença e das morbilidades devidas a fatores modificáveis as suas próprias vidas. Veja-se o caso do controlo alimentar, da higiene mental, da atividade física que contribuem para controlar e evitar muitas doenças.
2. Vários estudos demonstram baixos níveis de literacia em saúde na sociedade.
Quais as consequências a nível individual e do sistema de saúde?
A pessoa que tem baixa literacia em saúde tem enormes dificuldades em aceder, compreender, avaliar e usar os recursos de saúde. Tem fortes barreiras para melhorar e proteger a sua saúde com grande impacto para a comunidade onde está inserida e para a sociedade no seu global. Basta uma pessoa estar doente para a sociedade ter de agir.
3. A definição de Literacia em Saúde, adotada pela Sociedade Portuguesa de Literacia em Saúde, aborda as “competências para o acesso, compreensão, avaliação e uso dos recursos em saúde”. Quais as principais barreiras identificadas para o desenvolvimento destas competências e como influenciam a tomada de decisão informada sobre a saúde?
O sistema de saúde é demasiado complexo. Temos de flexibilizar, clarificar e simplificar o processo e o sistema de saúde para o adaptar às pessoas e não o contrário.
4. Os grupos vulneráveis identificados nos estudos sobre a Literacia em Saúde são
os idosos, as crianças e pessoas com baixa escolaridade. Pode referir estratégias para melhorar a literacia em saúde destes grupos, na prática diária em contexto hospitalar e cuidados saúde primários?
As ações organizadas com base nos modelos de literacia em saúde e mudança de comportamentos têm de ser adaptados a cada um dos segmentos e ao ciclo de vida. Ações orientadas para as crianças devem incidir em conceitos básicos de saúde, de higiene, de saúde mental, de trabalho nos comportamentos baseados em valores e nas emoções. As pessoas mais velhas precisam de outro tipo de abordagem, como por exemplo a adesão terapêutica. Para cada grupo existe uma intervenção especifica, adaptada, integrada executada de forma Assertiva, Clara e Positiva (Modelo ACP).
5. Hoje em dia há um maior acesso à informação, devido às plataformas digitais,
no entanto, tal não implica maior literacia em saúde. Existem os perigos da
desinformação/fake news. Na sua opinião, como devemos contrariar esta
tendência?
A desinformação combate-se com boa informação. Cada profissional de saúde deve ser, ele próprio um verdadeiro influencer e partilhar boas recomendações em saúde nas redes sociais.
6. Como projeção para o futuro, quais as tendências para a promoção da
Literacia em saúde na prática dos cuidados?
Vamos necessariamente usar cada vez mais a saúde digital e os meios tecnológicos que podem começar nos mais simples, como os telemóveis, para comunicar saúde. A inteligência artificial vai ocupar um grande espaço desta comunicação em saúde, mas tem de ser bem auditada. As pessoas continuam a precisar de humanização, apoio, acolhimento personalizado na jornada da saúde. A literacia faz bem à saúde.
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