A equipa de Ortóptica e Ciências da Visão Coordenada pela Dra. Armandina Mota (Ortoptista Licenciada em Ortóptica e Ciências da Visão), compreende apenas 10 Ortoptistas a exercer funções no Serviço de Oftalmologia da ULS Santa Maria (9 no HSM e 1 no HPV) e 2 Ortoptistas a tempo parcial, em regime de prestação de serviços.
Os Ortoptistas pertencem à carreira de Técnico Superior de Diagnóstico e Terapêutica e têm diversas áreas de atuação que, em estreita cooperação com os médicos Oftalmologistas, têm vindo a contribuir para o diagnóstico precoce de diversas patologias Oftalmológicas, entre as quais o Glaucoma.
No passado dia 12 de Março comemorou-se o dia Internacional do Glaucoma. Esta patologia é conhecida como o “ladrão silencioso da visão”, é uma Neuropatia Ótica Progressiva que não tem cura, e também uma das principais causas de cegueira a nível mundial.
Na fase inicial, o doente não se apercebe da doença porque a perda da visão é periférica e progressiva. Assim, na maioria das vezes, o doente recorre à Consulta de Oftalmologia só na fase tardia da doença, já com visão tubular, quando já há muito pouco a fazer. Por isso, torna-se fulcral intervir o mais precocemente possível, uma vez que a doença é irreversível e conduz à cegueira.
O diagnóstico é feito pelo Oftalmologista, recorrendo aos vários exames complementares de diagnóstico, realizados pelo Ortoptista.
Os vários fatores de risco são a história familiar de glaucoma, idade superior a 40 anos, raça negra, doenças crónicas, erros refrativo e a pressão intraocular que é o único fator de risco em que é possível controlar/modificar é a pressão intraocular, quer através de colírios, laser ou mesmo cirurgia.
A prevalência do Glaucoma é maior na população com idades entre os 40 e os 80 anos. A nível mundial, em 2013 havia 64,3 milhões de habitantes com glaucoma, em 2020 esse número passou para 76,0 milhões e, estima-se que em 2040, existam 111,8 milhões de habitantes com diagnóstico de Glaucoma.
Em 2019 o Prof. Doutor Luís Abegão Pinto, Coordenador da Consulta de Glaucoma, propôs e estruturou, em articulação com a Ortóptica e Ciências da Visão, um projeto pioneiro que resultou na Consulta não Presencial de Glaucoma. Antes da implementação deste projeto, o tempo de espera para a consulta de Glaucoma era de 1 ano. Quando os doentes chegavam à primeira Consulta desta Especialidade, os exames realizados em diversas deslocações do doente ao Hospital, já estavam desatualizados e havia necessidade de realizar novos exames, o que implicava uma resposta menos eficaz, atrasando ainda mais o diagnóstico.
Os objetivos desta Consulta não Presencial e MCDTs realizados pelo Ortoptista são reduzir o tempo de espera para as consultas, diminuir as deslocações do doente ao hospital, evitar a duplicação de exames, melhorar a orientação terapêutica, dar prioridade ao doente grave, dar uma resposta mais rápida e em tempo útil e intervir mais precocemente.
A Consulta não Presencial do Glaucoma, atualmente a decorrer, compreende duas fases; a primeira é realizada por Ortoptistas e consiste num protocolo de sete exames, todos eles realizados numa uma única deslocação do doente à ULS de Santa Maria; a segunda é a Consulta Virtual de Glaucoma, onde o Oftalmologista faz o relatório dos diversos exames e agenda a consulta de acordo com o grau de prioridade da doença. Salienta-se que não há recursos adicionais, nem humanos, nem técnicos.
Com esta Consulta e Protocolo de Exames realizados pelos Ortoptistas (Técnicos Superiores de Diagnóstico e Terapêutica), conseguiu-se atingir todos os objetivos propostos. Salienta-se que o tempo de espera para as primeiras consultas de Glaucoma em 2019 era 1 ano, e atualmente é 1 mês, o que permite uma intervenção mais precoce, dando prioridade ao doente urgente.
Em conclusão, o Ortoptista contribui para o aumento da eficácia e eficiência nas consultas de Glaucoma do Serviço de Oftalmologia da ULS Santa Maria, dando uma resposta em tempo útil, sem utilizar recursos técnicos e humanos adicionais. Verificou-se também que os utentes e os profissionais envolvidos estão mais satisfeitos.
Com a partilha da nossa experiência pretende-se motivar todos os Profissionais de Saúde a procurar novos modelos organizacionais, de modo a que o Serviço Nacional de Saúde seja mais efetivo e sustentável.
O nosso propósito é atuar, ainda mais precocemente, ao nível dos cuidados de saúde primários, por forma a permitir o diagnóstico ainda mais precoce desta grave patologia Oftalmológica que uma vez instalada, não tem cura e conduz à cegueira irreversível.
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