Qual o papel dos profissionais de saúde na proteção dos utentes mais velhos? A que sinais de alerta devem estar atentos? Como devem os serviços responder ao envelhecimento da população e às suas necessidades de saúde? A Equipa para a Prevenção da Violência no Adulto (EPVA) da ULS Santa Maria realizou um encontro esta semana para encontrar respostas a estes e a muitos outros desafios que se colocam na defesa dos idosos. Sempre com um objetivo em mente: a preservação da dignidade e da segurança dos doentes.
Prova da importância do tema, a conferência “Em Busca da Proteção e Dignidade da Pessoa Idosa: Que Desafios?”, organizada em parceria com o Centro de Formação da ULSSM na sequência do Dia Internacional da Consciencialização da Violência contra a Pessoa Idosa, que se assinala neste mês de Junho, contou com a presença do Conselho de Administração e de profissionais da ULS Santa Maria, da Faculdade de Medicina de Lisboa, da Coordenadora Regional do Programa Nacional de Prevenção da Violência no Ciclo de Vida, Daniela Costa Reis, e da Enfermeira Carmen Garcia, que assina também uma página de opinião no jornal Público.
Na abertura da sessão, o Presidente do Conselho de Administração da ULSSM sublinhou a prioridade dada pela instituição à inovação nas respostas “aos utentes na melhor idade, que tanto deram à nossa sociedade”. A esse propósito, Carlos das Neves Martins lembrou o prémio Mais Valor em Saúde recentemente atribuído ao projeto Serviço de Urgência Amigo do Idoso, apresentado na reunião pela médica internista Catarina Bekerman, e o início da parceria com a Palhaços d’Opital, iniciativa de humanização através das artes especialmente destinada aos utentes mais velhos.
Mas a ULSSM trabalha também no aprofundamento da articulação entre hospitais e centros de saúde, “para que o doente circule entre os vários níveis de cuidados sem constrangimentos, com humanização e qualidade”, defendeu o presidente da ULSSM, que apontou a Comissão de Humanização e o Serviço de Qualidade como parceiros naturais da EPVA na execução desta tarefa.
A EPVA tem como objetivo a sensibilização na abordagem da violência interpessoal, nomeadamente a violência doméstica e contra o idoso, como uma problemática de saúde pública, de forma a intervir, prevenir e mitigar o fenómeno da violência.
A violência contra o idoso pode ser identificada nas relações da família, da amizade e institucional. Das denúncias realizadas, estima-se que em Portugal a prevalência deste fenómeno seja de 12%, prevalecendo o abuso psicológico, a exploração financeira, o abuso físico, a negligência e por fim o abuso sexual. As principais vítimas são as mulheres.
Em 2011, a Assembleia Geral das Nações Unidas, reconheceu a problemática da violência do idoso como um problema das sociedades contemporâneas, instituindo a 15 de junho o Dia Internacional da Consciencialização da Violência contra a Pessoa Idosa.
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