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A resposta a emergências de saúde pública e a qualidade da vigilância epidemiológica estiveram em destaque esta manhã, no Seminário “10 anos de SINAVE na ULS Santa Maria”, que decorreu no auditório do Centro de Saúde de Sete Rios.
Organizado pela Unidade de Saúde Pública (USP) da ULS Santa Maria, o seminário assinalou uma década de utilização da aplicação informática do Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica (SINAVE), ferramenta fundamental na notificação, investigação e intervenção face a doenças transmissíveis. O encontro teve como principal objetivo refletir sobre os progressos alcançados e lançar o debate sobre os desafios futuros nesta área essencial da saúde pública.
O evento reuniu mais de 60 profissionais de saúde e contou com a participação de oradores de diversas unidades e entidades parceiras: o Centro de Diagnóstico Pneumológico Dr. Ribeiro Sanches, a Unidade Local do Programa de Prevenção e Controlo de Infeções e de Resistência aos Antimicrobianos (UL-PPCIRA), o Serviço de Saúde Ocupacional da ULS Santa Maria, as Unidades de Saúde Pública das ULS Amadora/Sintra e do Oeste, e ainda a Delegação Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo da Direção-Geral da Saúde (DGS).
Entre os temas debatidos destacaram-se o combate à tuberculose, a resposta articulada ao recente surto de sarampo e a preparação para um eventual surto de gripe aviária — temas atuais que exigem vigilância ativa e cooperação entre serviços.
Na sessão de abertura, Rui Tato Marinho, Diretor Clínico para os Cuidados de Saúde Hospitalares da ULS Santa Maria, salientou a importância de aproximar a Saúde Pública das unidades hospitalares e das faculdades de medicina:
“É essencial colocar mais ensino de Saúde Pública nas universidades e envolver toda a comunidade. No campo das hepatites, recordo que a doença hepática é a quarta causa de morte em Portugal. Por isso, deixo um apelo: façam, pelo menos uma vez na vida, testes à hepatite B, hepatite C e VIH. Estes gestos podem salvar vidas.”
A sessão de encerramento contou com intervenções de Pedro Pinto Leite, Diretor de Serviços de Informação e Análise da DGS, e de Guilherme Quinaz Romana, em representação do Conselho de Administração da ULS Santa Maria.
Pedro Pinto Leite destacou o papel central dos profissionais de saúde na construção de um sistema de vigilância eficaz:
“Este seminário demonstrou a maturidade, o pensamento crítico e a competência técnica das equipas envolvidas na vigilância epidemiológica. O SINAVE não é apenas uma aplicação — é uma rede viva, alimentada diariamente pelo trabalho dedicado de centenas de profissionais. Sem vigilância, não há resposta. Sem profissionais, não há vigilância.”
Já Guilherme Quinaz Romana deixou palavras de reconhecimento:
“Parabéns à equipa da Saúde Pública pela organização deste seminário e a todos os oradores que contribuíram para uma discussão tão rica. Que os próximos dez anos da vigilância epidemiológica nos tragam ainda mais inovação, articulação e capacidade de resposta.”