No passado dia 2 de junho, o Núcleo de Enfermagem de Saúde Infantil e Pediátrica (NESIP) assinalou o Dia Mundial da Criança com a realização do seminário Dormir, Crescer e Brincar.

As temáticas abordadas em torno desta tríade tiveram como principal objetivo apresentar diferentes perspetivas sobre a promoção do desenvolvimento infantil no grande “adversário” que se pode revelar a hospitalização, realçando assim a responsabilidade acrescida dos Enfermeiros de Saúde Infantil e Pediátrica (ESIP) em

“assistir a criança e família, maximizando a sua saúde, cuidando em situações de especial complexidade e prestando cuidados específicos em resposta às necessidades do ciclo de vida” (OE: 2018).

A hospitalização pode representar um desafio significativo, tanto para as crianças e suas famílias como para os profissionais de saúde. Apesar de ser um contexto essencial para o tratamento de diversas doenças, pode interferir em áreas fundamentais do desenvolvimento físico, emocional, cognitivo e social da criança. Entre os aspetos mais comprometidos destacam-se o sono e o brincar — pilares essenciais do desenvolvimento infantil — que devem ser salvaguardados de forma a promover a autonomia, o bem-estar e a dignidade da criança e da sua família. Deste modo, na organização do Seminário, foram dinamizadas duas mesas assentes nestas temáticas.

A primeira mesa, intitulada “Brincar é coisa séria”, contou com a participação do psicólogo Dr. Pedro Dias Ferreira, da Unidade de Medicina do Adolescente da nossa ULS, que partilhou a sua perspetiva sobre a importância do brincar no contexto da doença. Destacou diversas ferramentas e recursos que podem ser utilizados durante a hospitalização, desde atividades simples como a promoção da leitura, pintura e os jogos até à utilização de tecnologias como a realidade virtual.

Ainda nesta mesa, as enfermeiras Andreia Figueiredo e Vanessa Matos, ESIP’s do Departamento de Pediatria, apresentaram os resultados dos seus estudos sobre a aplicação do brincar terapêutico, evidenciando técnicas promotoras do desenvolvimento infantil no ambiente hospitalar.

Por fim, foi apresentado o projeto de aplicação dos óculos de realidade virtual no Serviço de Urgência de Pediatria, como estratégia não farmacológica de controlo da dor durante procedimentos invasivos. Esta intervenção foi partilhada pela enfermeira ESIP Alexandra Sousa, do mesmo serviço, ilustrando o potencial inovador desta abordagem no alívio da dor em pediatria.

A segunda mesa — “Já a minha avó dizia: Criança que está a dormir, está a crescer” — teve início com a intervenção da Dr.ª Lia Oliveira, assistente hospitalar graduada de Pediatria na Unidade de Pneumologia Pediátrica da ULS Santa Maria. A sua apresentação focou-se na perspetiva biológica das consequências de um sono deficitário na doença, destacando como tal défice pode desencadear um efeito “bola de neve”, traduzido num aumento do tempo de internamento e no consequente impacto negativo no desenvolvimento infantil.

Seguiu-se a apresentação da Dr.ª Marta Oliveira, médica interna de formação específica na ULS Loures-Odivelas, que deu a conhecer o projeto Nuvem Vitória, iniciado em 2016 como uma iniciativa pioneira na nossa instituição. Atualmente, o projeto soma já mais de seis mil horas de histórias contadas a crianças internadas em dez hospitais de norte a sul do país.

Houve ainda oportunidade para escutar o valioso testemunho de Inês Daly, membro do Conselho de Jovens, que partilhou na primeira pessoa as dificuldades relacionadas com o sono durante o internamento hospitalar. Apontou, igualmente, estratégias facilitadoras da promoção do sono neste contexto, sublinhando a importância da redução da luz e do ruído nas enfermarias durante o período noturno. Destacou também a evolução positiva verificada nos últimos anos, com o crescente reconhecimento por parte dos profissionais de saúde para esta problemática.

O encerramento da sessão esteve a cargo da Professora Doutora Joana Marques, da ESSCVP, que deixou um apelo à adoção de pequenas mudanças nas rotinas hospitalares. Gestos simples como diminuir o ruído dos equipamentos, atenuar estímulos luminosos ou integrar rotinas familiares e hábitos de sono da criança no contexto hospitalar podem ter um impacto significativo na promoção de um sono mais reparador e saudável.

Realizado no Auditório José Francisco David Ferreira, este evento contou com a presença de profissionais de diversas áreas da ULS Santa Maria, bem como de outras instituições, que tiveram a oportunidade de partilhar experiências e aprofundar conhecimentos sobre o desenvolvimento infantil. A sessão constituiu, assim, uma mais-valia no caminho da melhoria contínua da qualidade dos cuidados prestados a crianças, jovens e às suas famílias – um compromisso assumido pelo ESIP.

NESIP

A Aula Magna da ULS Santa Maria foi palco, no passado dia 6 de junho, das 1^as Jornadas do Núcleo de Enfermagem de Reabilitação, sob o tema “Avançar Juntos: Inovação, Partilha e Transformação”. O evento reuniu cerca de 250 profissionais e destacou a crescente importância do Enfermeiro de Reabilitação na continuidade e humanização dos cuidados, tanto no Hospital como na comunidade.

Momentos de reflexão sobre os desafios da profissão, homenagens emotivas, apresentações científicas de elevada qualidade e um momento musical marcaram o dia. Em destaque, estiveram as palavras da Sra. Enfermeira Diretora Carla Martins Ribeiro e do representante da Ordem dos Enfermeiros Lino Oliveira, que reforçaram a urgência de inovar com coragem e coesão.

A sessão terminou com uma sentida homenagem à Sra. Enfermeira Adjunta Teresa Dotti e o encerramento por parte da Coordenadora do Núcleo Filipa Araújo, que sublinhou o propósito maior da jornada: valorizar os profissionais e reforçar o compromisso com os doentes.

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NER

É com enorme entusiasmo que anunciamos que no dia 8 de julho foi colocado o primeiro catéter de cânula média de inserção periférica (Midline) em doente adulto, pela enfermeira Filipa d’Almeida no Serviço de Medicina II B da ULS Santa Maria.

Em janeiro de 2025, a Sr.ª Enf.ª Diretora Carla Martins nomeou um grupo de trabalho para criar um programa de implementação de colocação de catéteres centrais de inserção periférica pelos enfermeiros da instituição.

A inserção destes catéteres por enfermeiros capacitados e treinados traz melhorias na qualidade de vida dos doentes e sua recuperação, assim como melhoria na qualidade dos cuidados prestados aos doentes da nossa instituição.

É de ressalvar que este projeto inclui a implementação de normas orientadoras de modo a garantir uma técnica segura e a uniformização dos cuidados, assim como um modelo de expansão e difusão pelos enfermeiros da instituição.

Acreditamos que este é mais um passo no fortalecimento das práticas avançadas em enfermagem e valorização da profissão.

Filipa Corrêa d’Almeida
Enfermeira Especialista em Enfermagem de Reabilitação
Enfermeira Coordenadora do Serviço de Medicina IIB

Este ano, o Hospital Pulido Valente assinala o seu 50.º aniversário, celebrando cinco décadas de história ao serviço da saúde e da ciência em Portugal. Como parte das comemorações, a Unidade Local de Saúde (ULS) pretende valorizar o percurso da instituição e homenagear o seu patrono, o Dr. António Pulido Valente — uma figura ímpar da medicina nacional, reconhecido pelo seu trabalho pioneiro em pneumologia e ensino médico.

Assim, destaca-se a inauguração de uma sala de exposição permanente, que reúne objetos pessoais, documentos e instrumentos médicos utilizados pelo Dr. Pulido Valente ao longo da sua carreira. O espaço convida à reflexão sobre o legado de uma vida dedicada ao conhecimento, à prática clínica e ao serviço público.

Adicionalmente, encontra-se patente no hall do Edifício D. Carlos uma exposição temporária, com especial destaque para um quadro que retrata uma tertúlia entre o Dr. Pulido Valente e os seus companheiros. Esta obra, de grande valor simbólico e histórico, foi cedida temporariamente pela Fundação Pulido Valente, permitindo um olhar intimista sobre a convivência intelectual e humana do médico com os seus pares.

A ULS convida toda a comunidade hospitalar, utentes e população em geral a visitar estes espaços evocativos, que reforçam o vínculo entre passado e presente, e celebram o compromisso com a excelência dos cuidados de saúde.

ULS Santa Maria