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O complexo e vasto mundo da comunicação em contexto de prestação de cuidados de saúde esteve em destaque nas Jornadas organizadas pelos Núcleos de Enfermagem de Cuidados Gerais e de Saúde Infantil e Pediátrica, da ULS Santa Maria, que se realizaram nesta sexta-feira, 7 de novembro, no Auditório da Escola Superior de Enfermagem de Lisboa (ESEL).
A abrir o encontro, a enfermeira diretora, Carla Martins Ribeiro, destacou a importância do tema escolhido, “Dar voz à Saúde: Comunicar para cuidar”, reforçando que a comunicação e a proximidade com os utentes são centrais no trabalho dos Enfermeiros.
Esta reunião, que pretendeu ser um espaço de partilha, reflexão e aprendizagem, dedicou-se ao tema da comunicação em todas as suas esferas e interações, desde a dos profissionais de saúde com os utentes e famílias, entre os pares, com as chefias e lideranças, mas, sobretudo debruçou-se num aspeto sempre caro às equipas de enfermagem: o “cuidar”.
O modo como a transformação digital evoluiu e constitui uma ferramenta de comunicação e um importante auxiliar dos serviços, também não ficou esquecido, tendo sido tema de uma das mesas das jornadas.
Um dos desafios da atualidade prende-se com a globalização e a multiculturalidade, pelo que o exemplo de quem lida de perto com estas especificidades foi também um forte contributo, na demonstração de que é possível melhorar a comunicação com as diferentes culturas que recorrem hoje ao hospital, sendo com a formação dos profissionais ou com a simples tradução de diversos materiais escritos nas diversas Línguas.
Em todas as dinâmicas, a boa comunicação é essencial para melhorar a eficácia do trabalho desenvolvido e os resultados em saúde a alcançar, mas é nas falhas ou erros ou nas más notícias que ela assume uma importância acrescida.
Coube ao Diretor do Serviço de Pediatria da ULSSM apresentar a última das cinco mesas, com a preleção “A palavra certa na hora incerta”. Nem sempre é fácil encontrar a melhor forma para dar más notícias, sobretudo quando se trata de crianças. “Tudo o que for dito ficará para sempre marcado na memória das famílias”, lembrou Francisco Abecasis.
A preparação do profissional de saúde para aquele momento é essencial. O protocolo SPIKES estipula os passos a seguir, mas a empatia e a escolha das melhores palavras ajudam. “Talvez o que as famílias mais recordam não são as palavras que dizemos, mas o modo como olhamos e sentimos”.