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A propósito do Dia Mundial do Cancro do Pulmão, o maior centro de referência de tratamento nesta área do país, integrado na Unidade de Pneumologia Oncológica da ULS Santa Maria/Hospital Pulido Valente (HPV), quer contribuir para reduzir os números relacionados com a incidência desta doença, responsável por 12 mortes por dia em Portugal. Sendo que o diagnóstico precoce pode salvar muitas vidas, o centro do HPV apresentou um projeto para liderar um rastreio destinado à zona Sul do país, neste momento em análise por parte das entidades competentes.
A pneumologista oncológica Paula Alves, responsável pela equipa do HPV dedicada aos cuidados de saúde nesta área, contabiliza 350 a 400 novas consultas por ano e 400 doentes em seguimento com esta patologia. Um número que continua a aumentar, apesar dos avanços tecnológicos e tratamentos inovadores que têm surgido nesta área.
“Não sabemos o motivo que leva ao aumento do número de casos, mas já antes da pandemia de Covid 19, estavam a crescer, sobretudo nas populações mais jovens”, refere a responsável pelo grupo de cinco médicos que integram uma equipa multidisciplinar de diferentes serviços como o de Radiologia, Radioterapia, Cardiologia, entre outros, do HPV.
Por outro lado, esta Unidade de Pneumologia Oncológica, que tem há vários anos certificação de qualidade, tem neste momento 40 doentes em 16 ensaios clínicos ativos, pelo que o futuro nesta área é promissor. “A evolução notável ao nível do tratamento da doença, permite uma abordagem com resultados mais favoráveis, mesmo em estadios avançados”, salienta a especialista.
Sabendo-se que 80 por cento dos casos se devem ao tabagismo, o rastreio assume-se inevitável para a detecção de novos e mais precoces casos. O maior fator de risco associado ao cancro do pulmão é o tabaco, pelo que o rastreio deve incidir sobre fumadores e ex fumadores. Ao mesmo tempo, deve-se “incentivar a abstinência tabágica” para que o ciclo se complete. Sublinhe-se que este “é o cancro que mais mata, mas também é o cancro mais evitável”.