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O Serviço de Neurologia da ULS Santa Maria dinamiza todas as quintas-feiras reuniões multidisciplinares com especialistas de hospitais da Grande Lisboa, sessões iniciadas há muitos anos, mas que durante o período da pandemia de Covid-19 se adaptaram às novas tecnologias. Nelas se discutem casos clínicos, projectos e as melhores abordagens na área das demências. Na última sessão online, realizada nesta semana no Edifício Egas Moniz, da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, o grupo analisou a estratégia de colaboração em ensaios clínicos para tratar a doença de Alzheimer, cujo Dia Mundial se assinala neste Domingo, 21 de Setembro.
A discussão gira à volta dos critérios de recrutamento, numa nova fase da investigação que envolve uma associação de moléculas já conhecidas, mas que associadas apresentam resultados favoráveis ao nível da tolerância. Uma iniciativa que ilustra o trabalho e o compromisso dos profissionais de saúde da ULSSM na constante procura pelos melhores tratamentos.

“Procuramos, através da participação em estudos randomizados e com dupla ocultação obter evidência na melhoria nos sintomas psicóticos usando fármacos não só na alucinação e ilusão, mas também ao nível da agitação e cognitivo”, adianta a neurologista Ana Verdelho, da ULS Santa Maria, que foi a responsável pelo tema da sessão desta quinta feira, e que foi dinamizada pelo investigador e professor Alexandre Mendonça, da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa (FMUL), que é também membro da Comissão Científica da Associação de Familiares e Amigos de Doentes de Alzheimer.
Sempre que possível, os especialistas colaboram com as novas abordagens, mas é preciso avançar com precaução e avaliar os diferentes aspetos envolventes, desde os critérios de inclusão nestes estudos, até às questões éticas.
Todos os contributos são bem-vindos perante a evidência de que, com a expectativa de vida a aumentar, o número de pessoas com demências em todo o mundo tende a crescer. Sabe-se, no entanto, que “cerca de 45% dos casos de demência são potencialmente preveníeis, abordando 14 fatores de risco modificáveis em diferentes estágios do ciclo de vida”, de acordo com a nova revisão da LancetCommission, sublinha ainda a também professora na Clínica Universitária de Neurologia da FMUL.