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O Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte recebeu na última semana a visita de Ludovic Le Meunier, CEO da THERYQ, empresa especializada no desenvolvimento de uma tecnologia inovadora de radioterapia, a técnica FLASH, que muito em breve será testada no Hospital de Santa Maria. O CHULN integra um consórcio europeu nesta área e será mesmo um dos primeiros hospitais a nível mundial a utilizar o equipamento FLASHKNiFE, um acelerador que permite tratar de forma mais rápida e precisa tumores superficiais, como o cancro da pele. Com um orçamento total de 8,2 milhões de euros, o projeto FLASHKNiFE é co-financiado pelo Instituto Europeu de Inovação & Tecnologia para a Saúde (EIT Health) e pelas instituições parceiras
O sistema FLASHKNiFE oferece uma taxa de dose de radioterapia muito mais elevada, permitindo que o doente seja tratado em apenas uma sessão e em alguns milissegundos. O tempo de irradiação muito curto minimiza também qualquer movimento do órgão ou do tumor, garantindo um direcionamento mais preciso e melhor controlado do tratamento.
“Os estudos pré-clínicos demonstraram que esta tecnologia permite preservar mais os tecidos saudáveis, enquanto se concentra apenas na destruição das células tumorais”, realçou Ludovic Le Meunier durante a visita ao Hospital de Santa Maria, onde teve oportunidade de apresentar o projeto ao Conselho de Administração do CHULN e conhecer o local do Serviço de Radioterapia que em breve vai receber o novo acelerador FLASHKNiFE. Uma visita que demonstrou que “caminhamos lado-a-lado neste ensaio clínico” que promete revolucionar o tratamento nesta área, destacou ainda o CEO da THERYQ.
Um tratamento mais eficiente e rápido
Mais de 10 milhões de doentes são tratados anualmente em todo o mundo com recurso à radioterapia, uma ferramenta essencial para o tratamento do cancro, juntamente com a cirurgia e a quimioterapia. No entanto, 30% a 40% dos doentes tratados são resistentes à radioterapia e os seus efeitos colaterais limitam a dose de radiação administrada no tumor. O conceito da tecnologia FLASH permite administrar uma elevada dose de radiação em microsegundos (400 vezes mais rápida do que a irradiação convencional), e observou-se redução da toxicidade em estudo pré-clinicos, sendo uma arma mais eficiente no tratamento do cancro.
“Este projeto financiado pelo EIT Health tem vários fatores aliciantes que levaram à participação do CHULN, uma vez que reúne simultaneamente uma inovação biológica, uma inovação tecnológica, o FLASHKNiFE, e capacidade de aplicar este tratamento de vanguarda para o paciente”, destaca a diretora do Serviço de Radioterapia do CHULN, Filomena Pina.
Para promover a aplicação clínica da radioterapia FLASH, o Consórcio FLASHKNiFE irá realizar um ensaio clínico multicêntrico em cancro da pele. Um consórcio que reúne instituições de grande relevo em toda a Europa: THERYQ, Institut Gustave Roussy, o Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte, Centre Hospitalier Universitaire Vaudois e o Universitätsklinikum Erlangen.
