Este ano o dia mundial dos Cuidados Paliativos comemora-se a 14 de outubro sob o lema Comunidades Compassivas – Todos pelos Cuidados Paliativos.
Nesta data, a Worldwide Hospice Palliative Care Alliance, representante da comunidade global dos Cuidados Paliativos, apela à consciencialização social da importância do fortalecimento de relações de ajuda mútua e à participação ativa de cada cidadão no desenvolvimento da sua comunidade, criando conexões sinérgicas, comprometidas no cuidar holístico uns dos outros, essencial para a promoção e manutenção da saúde de todos.
Nos últimos anos têm surgido, à escala global, centenas de Comunidades e Cidades Compassivas, fazendo da Compaixão uma força clara, vocal e dinâmica para o alívio do sofrimento evitável relacionado com a saúde. Na sua génese estão projetos de intervenção social, tendo como missão incentivar a solidariedade nas comunidades em que vivemos, responsabilizando cada um por facilitar, apoiar e participar num cuidado mútuo, sobretudo dos mais frágeis, dos doentes crónicos, em circunstâncias de crise ou perda, como uma ameaça à vida ou no luto.
Estabelecendo redes de cuidados com o propósito de envolver ativamente todos os sectores da Sociedade no processo cuidar, assumindo-o uma responsabilidade de Todos e não exclusivamente uma tarefa dos serviços sociais e de saúde, criam-se espaços abertos, inclusivos e de apoio.
Acreditamos que em conjunto todos – profissionais e Comunidades Compassivas conseguiremos multiplicar as respostas às múltiplas necessidades dos mais vulneráveis, gerando competências de auto-conhecimento, de como nos relacionamos com o nosso próprio sofrimento e o dos outros, fazendo-nos sentir elos ativos, celebrando publicamente que não deixamos para trás quem atravessa momentos, dos mais difíceis da vida.
Em 2019, surgiu a primeira Cidade Compassiva portuguesa com o projeto “Borba Cidade Compassiva-Todos contigo”. Em 2020 juntaram-se o “Porto Compassivo” e a “Amadora Compassiva” e mais recentemente, em 2022, os projetos “Viver ComPaixão” Faro | Loulé | São Brás de Alportel, “Gaia Compassiva – Cidade Com Paixão” e “Leiria Compassiva – comPAIXÃO pelos seus!”, todos à exceção do primeiro com o apoio da Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos e da Fundação “la Caixa”.
Apesar da heterogeneidade dos modelos e das estratégias de implementação, dificultando a avaliação da efetividade destes projetos, a literatura tem mostrado uma apreciável melhoria na qualidade de vida, na perceção de solidão, no suporte social, nos níveis de stress e de auto-suficiência dos cuidadores.
Da esq. para a dir.: Caio Bastos, médico interno do Hospital do Rim, São Paulo; José António Lopes, Diretor do Serviço de Nefrologia e Transplantação renal da ULS Santa Maria; Maria Clara Monteiro, médica interna da Universidade Federal do Rio de Janeiro; José Nuno Fonseca, nefrologista da ULSSM e responsável pela orientação do Internato de Formação Específica em Nefrologia
