O Serviço de Oftalmologia da Unidade de Saúde de Santa Maria (ULSSM) realizou nesta terça-feira pela primeira vez uma cirurgia inovadora para tratamento do glaucoma – a micro-esclerostomia minimamente invasiva. A ULSSM passa assim a ser um dos poucos hospitais nacionais a disponibilizar esta técnica de ambulatório, executada em menos de dez minutos e sem necessidade de suturar o olho, com um pós-operatório rápido e confortável para o doente.
A equipa de Glaucoma do Serviço de Oftalmologia da ULSSM intervencionou durante a manhã, no Hospital de Santa Maria, os primeiros cinco doentes com a técnica MIMS (sigla inglesa para Minimally Invasive Micro Sclerostomy), dando destaque à simplicidade do processo e à otimização dos tempos cirúrgicos que vai trazer.
“A técnica tem passos muito simples e consiste em fazer um túnel na parte branca do olho (a esclera) para diminuir a tensão ocular. Este procedimento demora menos de 10 minutos, quando uma cirurgia tradicional pode levar até uma hora, porque implica construir uma canalização nova para diminuir essa pressão”, explica Luís Abegão Pinto, responsável pela consulta de Glaucoma da ULS Santa Maria.
Como esta técnica inovadora não implica suturar o olho, o doente habitualmente poderá pode retomar a sua vida normal ao fim de 24 horas, enquanto que com a técnica tradicional o pós-operatório pode ir até um mês, com cuidados especiais com os pontos. “Além disso, não deixa qualquer implante no organismo, evitando os riscos a longo prazo de deixar um corpo estranho no organismo e afetar outras estruturas, como a córnea”, aponta André Diogo Barata, especialista do serviço, que com Rafael Correia Barão conduziu as primeiras cirurgias realizadas nesta terça-feira.
Para Mun Faria, diretora da Oftalmologia da ULS Santa Maria, é importante para o serviço oferecer as técnicas mais inovadoras aos seus utentes, “para evitar listas de espera e aplicar os procedimentos nos momentos clinicamente corretos, para conforto e melhoria da condição dos doentes”. Esta é mais uma ferramenta na área de Glaucoma, acrescenta Luís Abegão Pinto, permitindo aos cirurgiões da ULS Santa Maria fazer uma medicina personalizada, podendo escolher a melhor técnica para o seu doente.
Da esq. para a dir.: Caio Bastos, médico interno do Hospital do Rim, São Paulo; José António Lopes, Diretor do Serviço de Nefrologia e Transplantação renal da ULS Santa Maria; Maria Clara Monteiro, médica interna da Universidade Federal do Rio de Janeiro; José Nuno Fonseca, nefrologista da ULSSM e responsável pela orientação do Internato de Formação Específica em Nefrologia
